As cirurgias de fígado tendem a ser longas e complexas, sendo indicadas para condições como tumores benignos ou malignosHepatectomia é o nome genérico que se dá às intervenções cirúrgicas que visam a remoção de uma parte do fígado ou do órgão inteiro. Elas são várias, podendo ir desde procedimentos menores até extremamente complexos. A hepatectomia total, remoção de todo o fígado, é realizada em casos de transplante, quando o órgão será substituído pelo de um doador.
O fígado possui uma capacidade pouco comum dentre os órgãos do corpo humano: regenerar-se. Ou seja, quando se extrai uma parte dele, em pouco tempo ele é capaz de aumentar seu tamanho e compensar a parte perdida.
A hepatectomia é uma cirurgia segura, embora não isenta de risco, assim como toda e qualquer intervenção cirúrgica. O avanço da medicina tem, nos últimos anos e décadas, tornado cada vez mais baixo o risco dessas operações.
São procedimentos que demandam longo tempo de treinamento para seu aprendizado. Há profissionais que se dedicam especialmente à realização dessas operações. Um deles é o Dr. Iron Pires, cirurgião do aparelho digestivo especializado em intervenções hepatobiliopancreáticas — ou seja: intervenções para o tratamento de doenças do fígado, pâncreas e vias biliares.
Vamos conhecer um pouco mais acerca desse procedimento.
Como é feita a hepatectomia?
O fígado é um órgão maciço com peso aproximado de 1,5kg. Tem diversas funções no organismo, dentre elas a metabolização de nutrientes, remoção de substâncias tóxicas e produção de bile. Apesar de não ser visualmente perceptível, o fígado pode ser dividido em 8 partes / unidades funcionais (figura 1), e esse conceito é fundamental para a compreensão da cirurgia hepática.
O sangue entra no fígado através de dois canais, a artéria hepática e a veia porta, levando nutrientes e oxigênio para as células hepáticas. Esses vasos sanguíneos se ramificam, fornecendo suprimento independente para cada um dos oito segmentos hepáticos. O sangue deixa o fígado através das veias hepáticas, que desembocam na veia cava que chega até o coração. As células hepáticas produzem bile, que são drenadas por pequenos canalículos que se unem até a formação de um ducto único que transporta o fluido até o intestino.
A hepatectomia pode envolver a ressecção de um ou mais desses segmentos hepáticos. Existe também a possibilidade de se remover uma porção de fígado sem se prender aos limites dos segmentos do fígado. Isso é comum, por exemplo, no caso de tumores pequenos, quando não é necessária a retirada de um segmento inteiro para sua remoção.
Como o fígado tem um alto fluxo sanguíneo no seu interior, o controle de sangramento é um ponto muito importante para que a hepatectomia possa ser feita com segurança. Controlar a perda sanguínea é fundamental para a obtenção de bons resultados.
Quais os tipos mais comuns de hepatectomia?
Alguns dos tipos mais usuais de hepatectomia são:
- Hepatectomia direita: remoção do lobo direito do fígado, inclui os segmentos 5,6,7 e 8;
- Hepatectomia esquerda: remoção do lobo esquerdo do fígado, inclui os segmentos 2, 3 e 4;
- Segmentectomia lateral esquerda: remoção do segmento 2 e 3, os quais correspondem à metade do lobo esquerdo;
- Trisegmentectomia esquerda: remoção do lobo esquerdo e de uma parte do direito, inclui os segmentos 2,3,4,5 e 8.
- Hepatectomia não anatômica: é quando a ressecção não segue precisamente os limites dos segmentos hepáticos, por exemplo, na retirada de uma parte dos segmentos 5 e 6.
Hepatectomia por videolaparoscopia
O avanço das técnicas minimamente invasivas também tem impactado significativamente a cirurgia hepática. Através desses métodos é possível realizar uma hepatectomia sem a necessidade de grandes incisões sobre o abdômen, o que traz muitas vantagens em relação à recuperação pós-operatória. Hoje temos disponíveis a laparoscopia e a cirurgia robótica para esse fim.
Pela complexidade das operações, a videolaparoscopia levou mais tempo para se tornar uma realidade no campo da cirurgia de fígado em comparação com outras áreas. Entretanto, mais e mais o método vem se mostrando factível e seguro, podendo ser aplicado em diversos tipos de doenças hepáticas.
Principais riscos da cirurgia de fígado
A hepatectomia é um procedimento cirúrgico de grande porte e que envolve riscos. Mesmo nos melhores hospitais e com as melhores equipes, complicações podem acontecer. É importante que o paciente esteja ciente de tudo que pode ocorrer. Isso reforça a confiança na equipe mesmo em momentos de dificuldade e ajuda no processo de recuperação.
Alguns problemas que podem ocorrer no perioperatório de uma hepatectomia são:
- Grande perda de sangue durante a cirurgia;
- Infecção na área operada;
- Vazamentos de bile pelos canais biliares;
- Déficit de funcionamento do fígado. Pode ocorrer após retirada de grandes volumes de fígado, sendo a parte restante incapaz de suprir as necessidades do organismo;
- Trombose de veias (principalmente das pernas). Consiste no entupimento dessas veias por coágulos. Eles podem se soltar e serem levados pela corrente sanguínea até os pulmões, causando entupimento das veias pulmonares, o tromboembolismo pulmonar;
- Pneumonia, infecção urinária.
O pós-operatório
Após uma hepatectomia, a quantidade de tempo necessária para a recuperação varia de paciente para paciente. O período de internação é de 10 a 14 dias, podendo se estender em caso de cirurgias mais complexas. É comum que nos primeiros dias de pós-operatório o paciente permaneça na UTI.
Ocasionalmente o paciente se sente desconfortável nos primeiros dias que se seguem à cirurgia, e precisa de medicamentos para aliviar a dor, enjoo e a fraqueza. Para o retorno completo às atividades o tempo varia de um a três meses, dependendo do tipo de hepatectomia realizado.
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Para saber mais a respeito da hepatectomia, entre em contato e agende uma consulta com o Dr. Iron Pires.
Fontes: