Cirurgia de Pâncreas

Atualizado em: 11/09/2024

Apesar da alta complexidade envolvida, a cirurgia do pâncreas pode ser realizada de maneira segura e trazer benefício para os pacientes

O pâncreas é um órgão abdominal que está localizado imediatamente atrás do estômago. Tem um formato alongado e mede aproximadamente 15 cm de extensão e 5 cm de largura. É dividido em três regiões anatômicas (cabeça, corpo e cauda) e é composto de dois tipos principais de células (exócrinas e endócrinas).

As células exócrinas formam a maior parte da glândula e são responsáveis pela produção de enzimas digestivas. É destas células que se origina o adenocarcinoma de pâncreas, câncer mais comum do órgão. As células endócrinas estão em menor número, são as responsáveis pela produção de importantes hormônios, como insulina e glucagon. As células endócrinas também podem dar origem a tumores, chamados de tumores neuroendócrinos do pâncreas.  As condições relatadas demandam atenção e intervenção cirúrgica denominada de cirurgia de pâncreas.

Quais doenças podem levar à necessidade de uma cirurgia do pâncreas?

O que mais frequentemente leva uma pessoa a necessitar de uma cirurgia de pâncreas é a presença de algum tipo de tumor no órgão. Deste grupo de doenças, destacamos as seguintes neoplasias:

  • Adenocarcinoma de pâncreas;
  • Tumores neuroendócrinos;
  • Neoplasia mucinosa papilar intraductal (IPMN)

Existem muitos outros tipos de tumores pancreáticos que por serem mais raros não serão abordados aqui. É importante lembrar também que alguns tumores benignos podem ser observados clinicamente, não sendo necessária uma cirurgia.

Além dos tumores, a pancreatite é uma doença que também pode levar a necessidade de tratamento cirúrgico.

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Como é feita a cirurgia de pâncreas?

As cirurgias pancreáticas estão entre as mais complexas do aparelho digestivo. São procedimentos tecnicamente difíceis e que possuem taxas de complicações relativamente altas, podendo levar inclusive à morte.

Ao longo dos anos, o aprimoramento técnico e o melhor preparo pré-operatório dos pacientes têm colaborado para a obtenção de resultados efetivos com essas operações no pâncreas, trazendo mais segurança aos pacientes.

Para entender os diferentes tipos de cirurgias de pâncreas que podem ser realizadas sobre o órgão é importante lembrar da sua divisão em três partes, cabeça, corpo e cauda. Em se tratando de tumores pancreáticos, as principais cirurgias realizadas são:

  • Duodenopancreatectomia (Cirurgia de Whipple): é o procedimento realizado para a remoção dos tumores localizados na cabeça do pâncreas. É necessária a retirada também de algumas estruturas próximas como o duodeno, parte da via biliar, a vesícula biliar e gânglios linfáticos regionais.
  • Pancreatectomia distal: é a cirurgia de escolha para pacientes portadores de tumores no corpo ou cauda do pâncreas. Nesse caso não é necessária a remoção do duodeno e da via biliar, o que diminui o risco de algumas complicações graves. A cauda do pâncreas situa-se em íntimo contato com o baço. Em alguns casos ele deve ser retirado também, em outros pode ser preservado.
  • Pancreatectomia total: trata-se da remoção completa do pâncreas. Assim como na duodenopancreatectomia, é necessária a remoção do duodeno e parte da via biliar junto do pâncreas. É um procedimento bastante mórbido, com sérias consequências pós-operatórias causadas pela ausência completa de função pancreática. Por este motivo, tem indicação bastante restrita.

 

Possíveis complicações após uma cirurgia de pâncreas

As cirurgias pancreáticas são procedimentos complexos e que não raro cursam com complicações pós-operatórias. O paciente deve estar ciente dos riscos envolvidos para que junto com a equipe médica que o assiste possa tomar decisões de maneira consciente.

Algumas complicações possíveis são:

  • Fístulas (vazamentos) de alguma anastomose;
  • Sangramento;
  • Infecção;
  • Dificuldade no processo de digestão;
  • Diabetes;
  • Desenvolvimento de hérnias incisionais.

Esses procedimentos, quando realizados em grandes centros e por equipes especializadas, apresentam melhores resultados, com taxas de complicações mais baixas.

 

Relação do pâncreas com vasos sanguíneos e suas implicações

O pâncreas encontra-se em contato com muitas estruturas nobres do corpo humano. Além da proximidade com órgãos como o duodeno, baço e vias biliares, ele mantém íntimo contato com a artéria e veia mesentérica superior.

Esses vasos são os responsáveis pela irrigação sanguínea dos intestinos e também por drenar o sangue proveniente do intestino para o fígado. São estruturas vitais e podem ser invadidas por um tumor localizado no pâncreas.

A invasão dos vasos mesentéricos por um tumor pancreático pode algumas vezes inviabilizar a possibilidade de tratamento operatório, mas nem sempre. Em casos selecionados é possível que a cirurgia seja realizada mesmo assim.

 

Qual é o tipo de câncer mais comum no pâncreas?

O tipo mais comum de câncer do pâncreas é o adenocarcinoma, que corresponde a cerca de 90% de todos os tumores malignos pancreáticos.

Por ser um câncer silencioso, os tumores em estágio inicial são praticamente assintomáticos, e os sinais e sintomas da doença costumam aparecer apenas quando o tumor cresce. Tumores localizados na cauda e corpo do órgão são ainda mais silenciosos.

O sintoma mais comum do adenocarcinoma de pâncreas é a icterícia, caracterizada pela cor amarela da pele e dos olhos — uma consequência do crescimento do tumor que leva à infiltração e obstrução do canal biliar. Outros sintomas que podem surgir é o escurecimento da urina, coceira no corpo, fezes sem cor, perda de peso, perda de apetite, diabetes, dor nas costas ou abdômen.

O Dr. Iron Pires é especialista no tratamento das doenças que acometem o fígado, pâncreas e vias biliares, o que inclui os tumores pancreáticos. Para saber mais a respeito da cirurgia do pâncreas, entender os riscos envolvidos e as possibilidades de tratamento, entre em contato e agende uma consulta.

Fontes:

Cirurgião do Aparelho Digestivo – Dr. Iron Pires

Instituto Nacional de Câncer — INCA.

American Cancer Society

Dr. Iron Pires

CRM: 147920

CIRURGIA DO APARELHO DIGESTIVO - RQE Nº: 75353

CIRURGIA GERAL - RQE Nº: 75352

Cirurgião especialista em doenças do fígado, pâncreas e canais biliares; mestre em cirurgia; membro do colégio brasileiro de cirurgia hepato pancreato biliar

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