Fale conosco pelo WhatsApp

Colangiocarcinoma distal: O que é e qual é o tratamento?

07/10/2021

Este câncer das vias biliares é raro e potencialmente fatal, mas pode tratado com sucesso via cirurgiaO colangiocarcinoma é um tumor maligno que acomete os ductos biliares, sendo também chamado carcinoma das vias biliares. O ducto biliar é um tubo que conecta o fígado ao intestino. Ele permite que a bile produzida no fígado possa chegar até o intestino delgado.

O colangiocarcinoma distal é um dos três tipos desta doença, correspondendo a aproximadamente 20% a30% dos casos dos tumores das vias biliares. Trata-se de uma doença rara e agressiva, mas passível de tratamento. A cirurgia é a opção que oferece os melhores resultados para esse problema e deve ser considerada sempre que possível.

Quais são os tipos de colangiocarcinoma?

O colangiocarcinoma pode ocorrer em qualquer parte dos ductos biliares, recebendo uma classificação de acordo com a porção dos ductos acometida. Dessa forma, podemos ter três tipos de colangiocarcinoma: o intra-hepático, o perihilar e o distal.

O colangiocarcinoma intra-hepático se dá no interior do fígado (daí a razão de seu nome), onde o tumor se desenvolve nos canais biliares intra-hepáticos. Corresponde a algo em torno de 10% dos casos, ou um pouco menos.

O colangiocarcinoma perihilar surge na região em que os canais biliares do lado direito e esquerdo do fígado se unem e saem do fígado. Este é o tipo mais comum de colangiocarcinoma, correspondendo cerca de dois terços de todos os cânceres dos ductos biliares.

E há, por fim, o colangiocarcinoma distal. Este tipo de tumor ocorre fora do fígado, abaixo da região onde os ductos biliares hepáticos se unem para formar o ducto biliar comum. O colangiocarcinoma distal situa-se na porção final do canal biliar, onde ele passa através do pâncreas e deságua no intestino delgado. Esta parte do intestino delgado se chama duodeno e o orifício por onde o canal biliar entra no duodeno é chamado de papila duodenal maior ou ampola de Vater.

Sintomas do colangiocarcinoma distal

Os sintomas da doença estão relacionados, em sua maioria, à obstrução do canal biliar causada pelo tumor. Dessa forma, a bile produzida no fígado não consegue chegar ao intestino, se acumulando no próprio fígado e na circulação. Alguns dos sintomas podem ser identificados abaixo:

  • Coloração amarelada da pele e dos olhos (icterícia);
  • Coceira;
  • Fezes claras (acolia fecal);
  • Urina escura (colúria).
  • Dor abdominal;
  • Perda inexplicável de peso;
  • Febre.

Qualquer doença que leve à obstrução do ducto biliar nesse ponto poderá levar a sintomatologia semelhante. Um exemplo de doença benigna que pode se comportar dessa forma é o cálculo biliar (pedra da vesícula), que pode causar o entupimento do canal biliar na mesma região.  Outros tumores de estruturas próximas também podem se comportar de maneira parecida e o diagnóstico por vezes é muito difícil.

O colangiocarcinoma distal é um tumor periampular

A região periampular é a área próxima à ampola de Vater ou papila duodenal maior, que é o ponto onde o ducto biliar entra no intestino. Vendo a imagem, é possível perceber que essa é uma localização de anatomia complexa, onde muitos órgãos diferentes estão próximos uns dos outros. Um tumor que se origine em qualquer um deles poderá causar sintomas muito parecidos, decorrentes da invasão e obstrução do canal biliar.

Tumores dessa região são então chamados tumores periampulares. Eles compartilham sintomatologia semelhante e tratamento também. Os tumores periampulares podem ter origem no pâncreas (mais comum), canal biliar (colangiocarcinoma distal), duodeno e na própria papila. A diferenciação entre eles muitas vezes é bastante difícil.

Tratamento

O tratamento do colangiocarcinoma distal é feito por meio de cirurgia sempre que possível. Deve-se extrair o tumor que se originou nas vias biliares. Para tanto é necessário a remoção em conjunto de toda a região periampular, que envolve o duodeno, a cabeça do pâncreas, a porção final das vias biliares e gânglios linfáticos locais.

Essa operação é chamada duodenopancreatectomia ou cirurgia de Whipple. Trata-se de um procedimento bastante complexo e que requer uma equipe cirúrgica especializada.

O pós-operatório

Qualquer procedimento cirúrgico envolve riscos. Esses riscos estão diretamente relacionados à complexidade da operação e à condição de saúde da própria pessoa. Alguns eventos adversos que podem acontecer são: sangramento, infecção, pneumonia, trombose, entre outros. Apesar de incomum, complicações mais graves podem causar inclusive a morte do paciente.

O paciente costuma permanecer internado cerca de 10 a 14 dias. Entretanto, não é incomum que esse tempo possa se alongar. Parece bastante, mas o fato é a intervenção ser delicada e pede tal cuidado.

Por se tratar de uma operação complexa em que muitos órgãos são removidos, a saúde geral do indivíduo pode ser afetada no longo prazo também. É possível que ocorram mudanças no processo de digestão e na absorção de alguns nutrientes após este tipo de intervenção contra o colangiocarcinoma distal.

A importância de um bom profissional

O Dr. Iron Pires formou-se em medicina pela Universidade Federal de Goiás e se especializou em uma área muito específica das cirurgias digestivas: a cirurgia hepatobiliopancreática. Este tipo de intervenção tem por objetivo o tratamento de doenças benignas ou malignas que afetam o fígado, o pâncreas e as vias biliares.

Para se aprofundar nesta área, o Dr. Iron Pires fez residência e tornou-se cirurgião do aparelho digestivo pela Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Em seguida, estagiou no serviço de transplante hepático da instituição e dedicou um ano adicional à residência em transplante de fígado e pâncreas na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Em 2019, esteve no Japão para visitar a Universidade de Nagoya, a maior referência mundial no tratamento para colangiocarcinomas. Agende uma consulta com o especialista para saber mais sobre o colangiocarcinoma distal.

 

Referências

Dr. Iron Pires.

https://cholangiocarcinoma.org/

https://www.cancer.org/