Saiba se a cirurgia de pâncreas é arriscada

Atualizado em: 18/09/2024

Considerada um dos maiores procedimentos cirúrgicos do aparelho digestivo, a cirurgia de pâncreas possui alguns riscos ao paciente, principalmente nos casos de câncer.

O pâncreas é um pequeno órgão do sistema digestivo muito importante para o bom funcionamento do organismo. Algumas doenças que afetam o órgão podem demandar tratamento cirúrgico. Mas será que a cirurgia de pâncreas é arriscada?

Continue a leitura e entenda quais os riscos da cirurgia de pâncreas, para quais enfermidades ela é indicada e quais os cuidados necessários no pós-operatório.

Quais os riscos da cirurgia de pâncreas?

A cirurgia de pâncreas é uma cirurgia bastante complexa. O órgão está localizado próximo a vasos sanguíneos com alto fluxo de sangue e muito importantes para o organismo. Além disso, as cirurgias geralmente são longas e envolvem riscos de complicações pós-operatórias significativas.

No entanto, o grau de complexidade da cirurgia varia conforme o procedimento indicado e a doença apresentada pelo paciente. Há também maneiras de prevenir complicações e de tratá-las de forma adequada quando acontecem. Dessa forma, é possível realizar uma cirurgia segura, com risco controlado.

Estes são alguns dos problemas que podem acontecer após uma cirurgia pancreática:

  • Demora na recuperação pós-cirúrgica, o que pode prejudicar outros tratamentos;
  • Vazamento entre as conexões dos órgãos envolvidos;
  • Alterações gástricas;
  • Problemas intestinais;
  • Infecções;
  • Hemorragias;
  • Desenvolvimento de diabetes.

Quando a cirurgia de pâncreas é indicada?

Para algumas doenças e enfermidades que atingem o pâncreas, apenas o tratamento medicamentoso pode não ser suficiente e, portanto, é necessária a intervenção cirúrgica.

Confira, a seguir, as principais situações em que a cirurgia de pâncreas é indicada.

  • Câncer de pâncreas: essa doença ocorre quando há presença de tumores ou células cancerígenas na região do pâncreas. Normalmente, não apresenta sintomas nas fases iniciais e, por isso, o diagnóstico costuma ser feito de forma tardia, o que dificulta o tratamento. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de pâncreas representa 2% de todos os tipos de câncer diagnosticados e é responsável por 4% do total de mortes causadas pela doença.
  • Cistos pancreáticos: normalmente benignos, os cistos que aparecem no pâncreas são pequenas bolsas de líquidos. Na maioria das vezes, não apresentam sintomas e não necessitam de nenhuma intervenção. Entretanto, para alguns cistos que apresentam risco de evolução para câncer pode ser indicado o tratamento cirúrgico.
  • Pancreatite crônica: nesta situação, o pâncreas encontra-se permanentemente danificado devido a inflamações e pode acabar perdendo a capacidade de exercer suas funções. Geralmente, está relacionado ao consumo excessivo de álcool ao longo dos anos, mas também pode ocorrer por diversas outras causas. Em alguns casos, o tratamento cirúrgico pode ser necessário.

Como é feita a cirurgia de pâncreas?

Para cada situação, a intervenção cirúrgica é diferente, pois exige técnicas específicas. Dessa forma, existe uma variedade de procedimentos cirúrgicos para tratar os problemas que atingem o pâncreas, sendo alguns mais arriscados que outros.

Saiba, a seguir, quais são os principais tipos de cirurgia no pâncreas.

  • Duodenopancreatectomia ou cirurgia de Whipple: consiste na retirada em conjunto da cabeça do pâncreas, duodeno, vesícula biliar e canal biliar, parte do intestino delgado e, em alguns casos, parte do estômago. O procedimento é normalmente indicado para casos de câncer e alguns tumores benignos da região da cabeça do pâncreas.
  • Pancreatectomia total: todo o pâncreas é removido neste procedimento cirúrgico. Essa cirurgia de pâncreas é arriscada e indicada quando há um comprometimento total do órgão, em que tumores se espalharam por todo o pâncreas. Com a retirada total do órgão, o paciente deverá fazer uso de medicamentos para controle da glicemia e reposição das enzimas digestivas que eram originalmente produzidas por ele.
  • Pancreatectomia distal: consiste na retirada da cauda e de parte do corpo do pâncreas. É comum, o baço também ser retirado durante essa intervenção cirúrgica. É recomendada em casos de tumores localizados na cauda do pâncreas.
  • Enucleação: procedimento no qual o tumor é removido. O pâncreas permanece integro em quase sua totalidade.

Quais os cuidados no pós-operatório?

O tempo de internação e recuperação no pós-operatório dependerá da complexidade do procedimento executado, ou seja, se a cirurgia de pâncreas é mais arriscada ou não. Além disso, o quadro clínico e estado de saúde do paciente são importantes. Na maioria dos casos, o paciente recebe alta em alguns dias ou semanas, sendo necessário o acompanhamento médico posterior.

As atividades de rotina poderão ser retomadas em média em 30 dias a 60 dias. A prática de atividades físicas fica suspensa nesse período.

É muito importante que nesse período o paciente mantenha-se hidratado e adote uma alimentação equilibrada e saudável. O acompanhamento médico é fundamental. O consumo de vitaminas e enzimas poderá ser necessário.

Para aqueles que fizeram a remoção total do pâncreas ou cujo órgão tenha perdido a capacidade de exercer suas funções, o uso regular de insulina precisará ser feito.Para saber mais sobre o pâncreas e outras doenças, entre em contato agora mesmo com o Dr. Iron Pires e agende sua consulta.

Fonte:

Dr. Iron Pires

Dr. Iron Pires

CRM: 147920

CIRURGIA DO APARELHO DIGESTIVO - RQE Nº: 75353

CIRURGIA GERAL - RQE Nº: 75352

Cirurgião especialista em doenças do fígado, pâncreas e canais biliares; mestre em cirurgia; membro do colégio brasileiro de cirurgia hepato pancreato biliar
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