O tumor de Klatskin ou colangiocarcinoma perihilar é um tumor raro e bastante agressivo que acomete os ductos biliares hepáticos
O que é o tumor de Klatskin?
O tumor de Klatskin, também chamado de colangiocarcinoma perihilar ou hilar, é um tumor do tipo primário que acomete o fígado, tendo origem nas células dos ductos biliares. Esses ductos são canais que têm como principal função o transporte da bile produzida no fígado até o intestino. Eles estão espalhados em toda estrutura do fígado e, semelhante aos galhos de uma árvore, vão se unindo e desaguando em ductos maiores até terminarem em um canal único, chamado de ducto hepático, que deixa o fígado e se dirige ao intestino.
O tumor de Klatskin ocorre na região em que os ductos biliares do lado direito e esquerdo do fígado se unem e formam o ducto hepático (imagem 1). Essa região é conhecida como hilo hepático. Trata-se de uma localização de anatomia bastante complexa por onde passam também a artéria e veia que irrigam o fígado.
Este é o mais comum entre os colangiocarcinomas, representando cerca de dois terços dos casos da doença. Os outros dois tipos são os de localização intra-hepática (dentro do fígado) e distal (abaixo da região hilar).
Quais os fatores de risco?
Apesar de ser o mais comum entre aqueles que acometem as vias biliares, o colangiocarcinoma perihilar ainda é um câncer raro. A doença é mais frequente em países asiáticos, como China e Tailândia, devido a uma infecção parasitária da via biliar mais comum nessa região.
A maioria dos pacientes diagnosticados com a doença (cerca de dois terços) têm idade acima de 65 anos. Existem algumas condições que podem estar relacionadas com aumento da chance de um indivíduo desenvolver o tumor de Klatskin, elas incluem:
- Cistos de colédoco;
- Doenças inflamatórias que acometem a região como colangite esclerosante primária;
- Cálculos intra-hepáticos;
- Contaminação por parasitas que acometem o fígado;
- Contato com substâncias como tório e amianto;
- Consumo excessivo de bebidas alcoólicas.
Destaca-se, entretanto, que a presença de um fator de risco não determina invariavelmente o surgimento da patologia e que esta também pode acometer pacientes que não tenham esses históricos.
Como é feito o diagnóstico do colangiocarcinoma perihilar?
Um aspecto que dificulta o diagnóstico é que o tumor de Klatskin costuma ser assintomático nos estágios iniciais da doença. Com a evolução do quadro, podem surgir sintomas como:
- Perda de peso e falta de apetite;
- Mal-estar, calafrios e coceira;
- Febre;
- Fezes de aparência esbranquiçada;
- Desconforto abdominal;
- Icterícia (pele e olhos com coloração amarelada).
Os sintomas iniciais costumam ser muito leves e frequentemente passam desapercebidos. Manifestações claras surgem quando o tumor causa obstrução do ducto biliar e impede a saída da bile produzida no fígado.
Os exames de imagem são fundamentais no diagnóstico da condição, sendo que podem ser solicitados principalmente:
- Ultrassonografia: costuma ser o primeiro exame solicitado para avaliação de casos de icterícia obstrutiva. É possível visualizar a dilação das vias biliares intra-hepáticas mas não permite boa visualização da massa tumoral;
- Tomografia computadorizada e Ressonância magnética: permitem identificar a localização exata da obstrução biliar, mostram invasão de vasos e do parênquima hepático e permitem verificar a ocorrência de metástase. São os exames mais importantes para o diagnóstico e avaliação da extensão da doença.
Como é o tratamento do tumor de Klatskin?
O tratamento do tumor de Klatskin depende de uma série de fatores como a localização do tumor, tamanho, se ele se espalhou e estado geral de saúde do paciente. A cirurgia, com a intenção de remoção completa da lesão, é o tratamento que oferece melhores resultados e deve ser considerado sempre que possível.
A cirurgia para tratar o colangiocarcinoma perihilar é extensa e complexa, demandando, por vezes, a remoção de parte do fígado, juntamente com o ducto biliar, a vesícula biliar, os gânglios linfáticos e, em alguns casos, parte do pâncreas e do intestino delgado.
O tratamento também pode incluir outras modalidades terapêuticas, a depender das particularidades do caso, como: radioterapia, quimioterapia, imunoterapia, terapias loco-regionais e terapias paliativas.
O tumor de Klatskin é uma doença rara, agressiva e de tratamento extremamente complexo. É fundamental que o paciente seja acompanhado por uma equipe experiente e especializada no assunto.
Para mais informações, entre em contato com o Dr, Iron Pires ou agende uma consulta.
Fontes: