Sintomas de colangiocarcinoma devem ser observados para garantir intervenção médica precoce para esse raro câncer gastrointestinal que acomete os ductos biliares. Saiba mais!
O colangiocarcinoma é um tipo raro de câncer gastrointestinal que tem origem nas células dos canais biliares do fígado. Apesar de corresponder a apenas 3% dos tumores malignos de origem gastrointestinal é importante conhecer os sintomas de colangiocarcinoma em busca de um diagnóstico precoce.
Os sintomas de colangiocarcinoma geralmente são leves e inespecíficos no início, retardando o diagnóstico. Apenas em fases mais avançadas é que o tumor costuma gerar sintomas mais evidentes e que levam o paciente a procurar um médico. Especialmente para quem descobriu ser portador de um colangiocarcinoma e para seus familiares, é importante conhecer a patologia, suas caraterísticas, formas de manifestação e como buscar ajuda.
O que é o colangiocarcinoma?
O colangiocarcinoma é um tipo raro de tumor maligno que acomete os ductos biliares. Esses ductos fazem a ligação entre o fígado e a vesícula biliar com o intestino e permite que a bile produzida no fígado chegue ao intestino delgado.
Os canais biliares estão presentes dentro e fora do fígado, sendo que quando a neoplasia acomete algum dos ductos dentro do órgão é chamada de intra-hepática. Por outro lado, é chamada de extra-hepática quando a porção do ducto acometida está localizada fora do fígado.
O tumor ainda pode ser classificado como perihilar ou Tumor de Klatskin quando ocorre na bifurcação dos canais biliares, uma região de anatomia complexa, onde os canais biliares intra-hepáticos se juntam para formar um ducto único que deixa o fígado em direção ao intestino.
A classificação do tipo de colangiocarcinoma é essencial para o encaminhamento do caso, influenciando no tratamento que será mais apropriado. Entenda essas variações a seguir:
- Colangiocarcinomas intra-hepáticos: tipo de colangiocarcinoma que ocorre nos canais biliares localizados na parte interna do fígado e consistem em 5 a 10% dos casos;
- Colangiocarcinoma perihilar: o tipo mais comum da neoplasia e também conhecida como tumor de Klatskin, ocorre quando o tumor se desenvolve no ponto que forma o ducto comum. Esse é o tipo mais comum e representa aproximadamente 66% dos casos;
- Colangiocarcinoma distal: representando cerca de 25% dos casos da neoplasia, esse tipo ocorre quando o tumor se localiza no final do ducto biliar, no local no qual ele chega ao intestino delgado.
Quais os sintomas de colangiocarcinoma?
Um dos principais desafios relacionados à patologia é que ela é frequentemente assintomática nos estágios iniciais, de forma que apenas 20% dos casos são diagnosticados nessa fase.
Geralmente, os sintomas de colangiocarcinoma se manifestam de forma mais clara quando o tumor está em um estágio mais avançado e começa a obstruir o sistema de drenagem biliar. Dessa forma, quando os sintomas de colangiocarcinoma aparecem eles geralmente incluem:
- Coceira;
- Calafrios;
- Cansaço;
- Dor abdominal semelhante a um desconforto constante na região superior direita do abdômen;
- Fezes de aparência esbranquiçada e urina escurecida;
- Febre;
- Redução do apetite, com consequente perda de peso;
- Icterícia, que consiste em coloração amarelada da pele e dos olhos.
O surgimento de alguns desses sintomas de colangiocarcinoma é que leva o paciente a procurar um médico. Ele poderá solicitar exames como ultrassonografia, tomografia e ressonância magnética para confirmação do diagnóstico, auxiliando na definição do tratamento.
Como o colangiocarcinoma desenvolve-se?
As causas do colangiocarcinoma ainda são pouco conhecidas e apenas 30% dos casos estão relacionados com fatores de risco identificáveis. Dessa forma, a maior parte das ocorrências ainda tem motivação desconhecida.
Alguns dos fatores de risco já reconhecidos que podem predispor a ocorrência desta neoplasia incluem:
- Infecções parasitárias por vermes que afetam o fígado;
- Doenças infecciosas como hepatite B ou C;
- Doenças inflamatórias como colangite esclerosante primária, pancreatite crônica ou cálculos biliares;
- Consumo excessivo de drogas ou bebidas alcoólicas;
- Contato com substâncias químicas e toxinas como amianto;
- Condições de saúde congênitas, como cistos biliares e doença de Caroli;
- Obesidade, diabetes e doença hepática gordurosa não alcoólica.
Todas elas têm em comum a ocorrência de inflamação crônica das vias biliares.
Quais os tratamentos para essa neoplasia?
O tratamento mais indicado para colangiocarcinoma depende de uma série de fatores como a localização do tumor, tamanho, se ele se espalhou e estado geral de saúde do paciente. A cirurgia, com a intenção de remoção completa da lesão, é o tratamento que oferece melhores resultados e deve ser considerado sempre que possível.
Além da cirurgia, outras opções terapêuticas como radioterapia, quimioterapia, imunoterapia, terapias loco-regionais e terapias paliativas estão disponíveis e poderão ser úteis no tratamento de acordo com as especificidades de cada caso.
É importante que o paciente seja tratado por um time de especialistas que tenha experiência com esse tipo de tumor. Por se tratar de uma doença rara e bastante agressiva, contar com uma equipe experiente pode fazer toda a diferença. Encorajamos os pacientes a procurar uma segunda opinião sempre que possível. A conversa com diferentes profissionais facilita o entendimento do problema e dá mais confiança ao paciente em seguir o tratamento proposto.
Compreender a doença e os tratamentos possíveis é fundamental. Paciente e familiares também devem buscar informação por conta própria. Existe muito conteúdo disponível hoje na internet e estar bem informado irá facilitar a comunicação com o seu médico. Entre outros, destacamos a fundação americana, Cholangiocarcinoma Foundation, que disponibiliza online um vasto conteúdo informativo direcionado ao paciente.
Para saber mais, entre em contato e agende sua consulta com o Dr. Iron Pires.
Fontes:
Cirurgião do Aparelho Digestivo – Dr. Iron Pires